Você já acordou no susto com a sensação de que o sonho foi mais real do que a vida? Passou o dia inteiro com aquela cena martelando a cabeça, como se tivesse um recado ali? Para o pesquisador Saulo Calderon, esse pode ser o rastro de uma experiência fora do corpo e não precisa ter rótulo religioso ou místico: é um fenômeno orgânico da consciência.
Em entrevista ao Frank Menezes Podcast, Saulo mergulhou no tema e trouxe respostas diretas para questões que todo mundo já se fez: o que é projeção astral, qual a diferença para o sonho lúcido, se existe perigo e o que realmente atrapalha quem busca lucidez nessas vivências.
Três níveis da projeção astral
Segundo o pesquisador, todos nós “afrouxamos as cordas” quando relaxamos: ao dormir, sob anestesia, com uso de álcool ou drogas — o corpo físico solta e a consciência pode atuar em outro veículo.
“A experiência extracorpórea lúcida é tão plena que você não tem dúvida. É diferente de ouvir falar ou ler: quando você vive, a certeza é absoluta”, explicou Saulo.
Ele classifica as experiências em três níveis:
Inconsciente: você sai do corpo, mas não lembra (o mais comum).
Semiconsciente (sonho lúcido): há percepção parcial, mas ainda com interferência onírica.
Consciente (lúcida): clareza total, pensamento ativo e memória da vivência.
A chave não é apenas sair do corpo, mas lembrar ao voltar — e isso envolve treino mental, cuidado energético e hábitos consistentes.
Existe perigo?
Essa é a dúvida mais comum. Saulo responde sem mistério:
“Você já faz projeção astral. A diferença é lembrar ou não. O risco é o mesmo que andar pela rua: existem ambientes e consciências diferentes. A lucidez não cria perigo; ela revela o cenário e te dá autonomia.”
Entre as principais travas para quem deseja experiências mais lúcidas, Saulo destacou três pontos:
Desequilíbrio emocional crônico: bagunça química e energética.
Crença rígida (ou ceticismo extremo): ambos bloqueiam a experiência direta.
Ansiedade e apego ao físico: relaxar e sutilizar são fundamentais.
Técnicas e aprendizados
Na entrevista, Saulo também contou sua experiência no Instituto Monroe (EUA), referência mundial em estudos da consciência. Lá, conheceu de perto as pesquisas de Robert Monroe e aplicou técnicas como o M5, que estimula os hemisférios cerebrais para ampliar foco, memória e percepção.
Segundo ele, higiene emocional, trabalho energético e neuroplasticidade são aliados nesse processo. Mas nada substitui a prática diária com constância e observação honesta de si mesmo.
Um ponto marcante da fala de Saulo foi a valorização do conhecimento produzido no Brasil:
“O brasileiro tem um poder impressionante em termos espirituais. Muitas vezes lá fora há fama, mas aqui temos profundidade de pesquisa. Precisamos valorizar mais o que temos.”
A projeção astral, para Saulo, não é um truque, mas um convite à consciência. Ao integrar corpo, mente e espírito, a noite vira laboratório de lucidez e o dia, campo de prática.
Quer mergulhar ainda mais nesse tema?
Assista à entrevista completa de Saulo Calderon no Frank Menezes Podcast no vídeo a seguir.