O avanço tecnológico que pede presença humana
Num país tão diverso, afetivo e plural como o Brasil, até a Inteligência Artificial está ganhando sotaque. Literalmente. Com o avanço das tecnologias de linguagem, assistentes virtuais, bots e plataformas automatizadas vêm sendo cada vez mais moldadas para entender — e até falar — do jeito que a gente fala. Gírias, expressões regionais, musicalidade da voz. Tudo isso agora pode ser incorporado por sistemas que antes pareciam frios e mecânicos.
Mas será que isso basta?
Como comunicador e terapeuta, me pego refletindo não só sobre o impacto social e criativo da IA com identidade brasileira, mas também sobre os efeitos que ela tem gerado nos nossos campos mais sutis: o emocional, o energético, o humano.
A IA pode ter sotaque, mas ainda não tem alma. A tecnologia avança a passos largos, e não há dúvida: a IA pode nos ajudar muito. Otimiza tempo, gera ideias, organiza rotinas e até escreve textos que parecem nossos. Mas por mais natural que soe, ela ainda não respira, não sente, não sonha como a gente. Ela replica. A alma que pulsa por trás de um projeto, de uma ideia ou de uma criação continua sendo a nossa.
E é aqui que mora o cuidado com os riscos do uso excessivo como cansaço mental e desconexão espiritual.
Estamos entrando numa era em que tudo pode ser feito com um comando de voz ou um clique. Isso traz conforto, mas também risco de passividade. Quanto mais a gente terceiriza o pensamento, menos exercita a presença. E quando nos afastamos da presença, nos desligamos da nossa força criativa, espiritual e emocional.
Já recebi mensagens de pessoas dizendo que, ao passarem muitas horas em plataformas de IA, começam a se sentir vazias, cansadas mentalmente, ou com aquela sensação de estar sempre “ligadas”, mas nunca realmente conectadas. Isso não é coincidência.
A IA opera em padrões, mas o ser humano precisa de pausas, de silêncio, de fluxo criativo que vem da alma. E isso só acontece com presença e autorresponsabilidade.

Tecnologia e consciência podem andar juntas e não se trata de demonizar a Inteligência Artificial. Pelo contrário. Ela é uma ferramenta preciosa, inclusive no autoconhecimento. Mas é preciso saber usá-la com consciência, ética e presença.
Usar a IA para ampliar nossas capacidades, e não substituir nossa essência.
Usar a IA para libertar tempo, e não para nos aprisionar em uma vida automatizada.
Usar a IA para somar, nunca para nos apagar.
A importância da energia pessoal
Toda ferramenta carrega um campo vibracional, e com a IA não é diferente. Ao interagir com sistemas e conteúdos gerados artificialmente, é essencial manter práticas de higiene energética: pausas conscientes, meditação, contato com a natureza, oração ou silêncio. Tudo que nos reconecta com o que somos, antes do algoritmo.
Quando você estiver criando conteúdo com IA, lembre-se: o toque final deve vir de você. Da sua intuição, do seu coração, do seu olhar humano que capta o que nenhum código consegue prever.
O futuro é híbrido, mas o centro ainda é humano. Seja com sotaque carioca, mineiro, nordestino ou paulista, a tecnologia pode até falar como a gente. Mas que ela nunca cale o que temos de mais único: nossa sensibilidade, nossa intuição e nossa consciência.
Seguimos juntos, aprendendo a usar o novo sem esquecer de quem somos.